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Engenharia de Resiliência e a segurança no trabalho

Você já ouviu falar em Engenharia de Resiliência? E na sua empresa será que os gestores conhecem a Engenharia de Resiliência?


Para a engenharia de segurança, a Engenharia de Resiliência surge como um novo paradigma, pois trata-se de uma nova forma de pensar em segurança do trabalho levando-se em consideração, como as pessoas reagem ou podem reagir frente às constantes pressões sofridas no ambiente de trabalho.


Os complexos cenários envolvidos e a constante busca, por espaço no competitivo mercado, leva muitas vezes as empresas e seus funcionários negligenciarem as questões de segurança. Quando pressionados, indivíduos tendem a agir de uma forma muito mais arriscada do que a ideal e muito mais arriscada daquela que eles normalmente desejariam.

Os acidentes de trabalho acontecem como uma sequência de eventos em série que decorrem de certas causas raízes (chamado modelo sequencial). Vários estudos já comprovaram que existe uma relação bem definida de causa e efeito entre seus elementos que podem ser considerados como: ambiente social e hereditariedade, falha individual, atos e condições inseguras, acidente e a lesão propriamente dita.


Já, em outro modelo de estudo de acidentes do trabalho, chamado sistêmico, o acidente é tratado como o resultado da variabilidade de múltiplos fatores que compõem o sistema. Ou seja, muitas vezes o erro acontece por causas organizacionais e pelas pressões exercidas no ambiente laboral. Este modelo está mais alinhado à Engenharia de Resiliência uma vez que, as coisas podem dar certo através de intervenções proativas diminuindo a probabilidade dos eventos negativos.



Mas o que é a Engenharia de resiliência?



Considerando que os recursos são sempre escassos e finitos, esta técnica preconiza a adaptação dos sujeitos que coabitam com possíveis problemas em sistemas complexos. A Engenharia de Resiliência, busca entender como os casos normalmente dão certo em vez de buscar causas específicas que apenas expliquem falhas de desempenho de componentes ou de um sistema, quando se tem ocorrências negativas. O foco é que a segurança se baseie na presença de fatores positivos como as habilidades e competências das pessoas para fazer com que o maior número de coisas dê certo.


Assim, mudar a visão de "evitar que algo dê errado", para "assegurar que tudo dê certo" é a mudança de paradigma que propõe um dos pioneiros dos estudos em Engenharia de Resiliência o professor dinamarquês Erik Hollnagel. O mesmo professor, desenvolveu em seus estudos quatro pilares para a resiliência:


• Visão de antecipação;

• Controle e monitoramento;

• Poder de confrontar problemas;

• Busca constante da aprendizagem com as ocorrências positivas.

Paralelo a isso, o comprometimento dos gestores em manter o equilíbrio ente a produção e a saúde e segurança no trabalho é fundamental para a amplificação da Engenharia de Resiliência.




A importância da Engenharia de Resiliência


Na Engenharia de Resiliência, os acidentes são vistos sob um outro ponto de vista e entendimento, proporcionando inúmeras oportunidades de melhorias nos processos de gestão em segurança no trabalho.


O estresse profissional caracterizado como uma importante doença do trabalho, nos últimos anos, não escolhe área, setor, cargo ou ocupação profissional para se manifestar. É um problema presente nos mais diversos tipos de empresas e se agrava à medida que longas jornadas de trabalho, pressões por resultados e mais recentemente com os smartphones e seus aplicativos de conectividade, subjugam as pessoas.


Portanto, implementar programas que contribuam com o desenvolvimento da resiliência por parte dos funcionários, é uma maneira de conciliar trabalho com equilíbrio emocional. Assim, esses indivíduos aprendem a enfrentar e superar as adversidades laborais, evitando assim muitos acidentes do trabalho.


O comportamento resiliente traz vários benefícios aos indivíduos e por consequência às empresas. Treinar as competências e habilidades pessoais para adquirir uma maneira mais positiva de perceber as adversidades é um caminho de gestão adequada em relação à saúde e segurança no trabalho, reduzindo o risco de acidentes e de doenças ocupacionais.

Por fim, como as empresas funcionam em cenários e ambientes complexos, praticando a Engenharia de Resiliência, os gestores conseguem compreender e identificar o que influencia o trabalho de suas equipes, tendo elementos para buscar melhor produtividade e lucratividade. Porém, não esquecer que a Engenharia de Resiliência deve aparelhar o ajuste dinâmico e o balanço equilibrado entre produção e segurança. O gestor não deve ignorar avisos de alerta quando este balanço tende a desequilibrar muito a favor da produção em detrimento da segurança. A segurança deve ser considerada como um conjunto de objetivos básicos da organização.


Como usar os preceitos da Engenharia de Resiliência nas empresas e medir se o sistema funciona bem?


Existe uma ferramenta quantitativa de análise do desempenho da resiliência nos sistemas, chamada Resilience Analysis Grid (RAG) que será objeto de uma nova postagem em breve.


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